Hamilton Faria

partem com o ventoas últimas flores do outono o tronco esquálidode beleza austeraa gestação do início louvamapresença contemplara beleza celebraro agora

Há poesia nascendo destes seres notívagos que procuram cristais nas pedras mais empedernidas Há poesia nascendo nas lâmpadas que pingam dos astros nas selvagens pupilas das meninas Há poesia nascendo nestas vísceras abertas nas ruas no rasgar-se e entregar-se a… Ler mais »O reencantamento do mundo

sim velho Maiako o planeta está imaturo para o júbilo e sabemos que nesta vida morrer não é difícil mas a água corre o sol se renova passos seguem ao horizonte o gato ouve os meus lamentos e sopros durmo… Ler mais »Maiako

Ó! Pai meu querido dos queridos Ensina-me a amar a pequena criatura indefesa A olhar como um ser que me pode acrescentar humanidades Faz com que nos perdoem da nossa ignorância Que não vê a compaixão como a nova ordem… Ler mais »Oração para o senhor dos porcos e de sapiens

Encho a minha taça como devo Do mais puro vinho do Oriente E somo mais àquele do Ocidente Composto de memória e de poesia E tudo que conheço ainda é pouco Para chegar naquele lá do Oceano Onde ventos monstros… Ler mais »Travessia

hoje Uma vontade terna de chorar Habitou em mim Pelos mortos Pelos vivos Pelos mortovivos Pelos fortes Os enfraquecidos Pelos alegres os entristecidos Os amados Os traídos Pelos poetas Pelos perdidos Os inteiropartidos Pelas irmãs e irmãos De todos os… Ler mais »revelações

dia estou velho dia moço verdes rugas mapeiam o rosto dia sou moço dia velho tristes rugas que não meço dia moderno outro ancestral vezes angélico dia carnaval hora vampiro ora castiçal múltiplo concreto armado quase borboleta arma letal sempre… Ler mais »biografia múltipla

“Solto um grito bárbaro sobre os telhados do mundo.” Walt Whitman, Song of Myself escreverei a minha dor nos jardins da ignorância e nascerei de novo onde a semente não germina e conversarei com Deus no território sem vassalos dormirei… Ler mais »um grito bárbaro sobre os telhados do mundo

Quero escrever um Não tão forte nas paredes do país Que Deus objetasse com os seus cuidados sutis Escreveria mesmo no coração da pedra Para soltar raízes Sobrassem os ventos bons Mas passo por colunas de homens maus Sua palavra… Ler mais »Para uma noite de Nãos

vejo tudo tão noite o sol partiu    não vejo a lua nesta bruma de inverno “quero dissipar o encantamento” disse-me a voz o poeta acolhe-me em tom suave: “onde há perigo cresce também  o que salva” acreditar acreditar