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Haikuazes

FARIA, Hamilton. Haikuazes, Escrituras Editora, SP, 2006.

Haikuazes é o título do novo livro do poeta Hamilton Faria, que nasceu em Curitiba e vive em São Paulo há 25 anos. Autor de cinco livros, Hamilton diz que o poema deve ultrapassar o estado de livro. Por isso realiza recitais de poesia desde os anos 70 e isso inclui leituras de poemas até em outros países. Por exemplo: está agora voltando de Paris onde foi homenageado como poeta brasileiro. A ordem do poeta neste livro é resumir o poema numa forma que lembra o haicai. Observa, no entanto, que não se trata de haicai, do qual guarda apenas o espírito.
Haikuazes pode representar poder de síntese. Explica: textos mínimos num universo de emoções onde o poeta solta seus rios que se bifurcam em pequenos fios cristalinos que se transformam em viagens sonhadas. Hamilton Faria sabe lidar com as palavras, sendo o poeta que é, longe das badalações literárias e compromissado especialmente com um trabalho árduo que é o poema, que é a poesia:


“Pequena estrela/ Solitária habita/ minha vida precária”, escreve em A estrela e o precário.
Rêverie diz: “Envelhecer/ Como uma luz/ Azul”.
Outro pequeno poema, (In) Permanência, confirma o rumo poético de Hamilton Faria: “Poesia não pare de rodar/ O mundo é circular”.
Sobretudo inteligente, coisa rara. Só um poeta de verdade poderia escrever o poema Eremita: “Na estrada um velho/ À procura do imutável/ Descobre o eterno”.


Álvaro Alves de Faria, poeta, São Paulo, Revista literária Rascunho

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