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Cidades do Ser

FARIA, Hamilton. Cidades do ser. São Paulo: Masso Ohno Editor, 1988. Ilus. Capa e ilustrações de Fernando Fernandes.

E agora, o que dizer destas “Cidades do Ser”? Estas cidades que nos levam às estrelas, passando pela magia, pelo sol, pelo fogo, pelo voo? Tudo é mágico, tudo dança, tudo voa nestas cidades. Tudo se transforma magicamente em ritmo, música, luzes. Tudo é animado, desde o “chorão gigantesco em que me fiz: / meu traje de tempo” até o pássaro que ensina cantando que “é necessário a rua se perder de ti”. Tudo Eros. Mas Eros de quem sabe Tanatos; luz de quem conhece o escuro.

“Cidades do Ser” é plural em todos os sentidos. Do verso lírico ao concreto, do verso branco à métrica rígida; do soneto ao haicai. Com maturidade poética e linguagem elaborada, Hamilton Faria constrói estas Cidades, da procura e da dor de ser inteiro ao resumo de tudo – O Amor. E visitaremos mágicos, planetas, bailarinas, fontes, pássaros, signos, papoulas, borboletas, damas de azul, mercadores, amantes, corpos, almas, vida e morte, sagrado e profano, as faces múltiplas do rosto humano.

Antes de convidar o leitor a atravessar os umbrais das cidades, algumas palavras de Gaston Bachelard em “O Direito de Sonhar”: “Mas por esse olhar de chama, o poeta, ele também transforma o mundo. O mundo não é mais tão opaco desde que o poeta o olhou; o mundo não é mais tão pesado desde que o poeta lhe deu mobilidade; o mundo não está mais tão acorrentado desde que o poeta leu a liberdade humana nos campos, nos bosques e nos pomares; o mundo não é mais tão hostil desde quando o poeta devolveu ao homem a consciência de sua valentia. A poesia, incessantemente, nos remete à consciência de que o homem nasceu”.

O Editor

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