FARIA, Hamilton. brevETERNO. São Paulo: Casa dos Omáguas, 2023.
A coleção Patlatch – Pelo reencantamento do mundo chega ao quarto livro do poeta Hamilton Faria: mínimoIMENSO (edições 2013 e 2014); ínfimoINFINITO (2017); miniMAIS (2019) e brevETERNO (2020).
São livros com pequenos poemas, alguns haikuazes, que correm por fora dos circuitos convencionais, para serem doados ou “esquecidos” em qualquer lugar, sem autógrafos ou lançamentos formais.
Neste livro, o poeta busca a sua própria completude, através da palavra – a brevidade do eterno e a eternidade do breve. E o brevETERNO, no aqui. Agora.
O projeto gráfico e a concepção da coleção são da designer Marilda Donatelli. As ilustrações da capa e do miolo, criadas especialmente para esta obra, são do artista plástico Marcelo Bicalho.
O que a poesia me pede
A poesia me pede muito – e cada vez mais. Pede-me linguagem, estado de ser e de alma, sobretudo entendimento. Forma elevada de criar mundos no reino da verdadeira realidade.
Pede-me vida como obra poética, leveza de espírito, destino de mundos sutis.
A poesia pede-me Verbo que una a fragmentação das coisas e dos seres.
Pede-me céu e inferno, diamante e carbono, uma poderosa síntese de mundos que desconheço.
A poesia me pede a palavra justa, a ligação orgânica e indissolúvel com as fontes da vida.
E um sonho onde eu somos nós.
Uma forma de felicidade num mundo bruto, hostil, voraz. Diálogo íntimo onde descubro que sou mais que eu.
Um jeito de nomear e restaurar e encanto das coisas e não romper o pacto com a poesia da existência.
Hamilton Faria