Encho a minha taça como devo
Do mais puro vinho do Oriente
E somo mais àquele do Ocidente
Composto de memória e de poesia
E tudo que conheço ainda é pouco
Para chegar naquele lá do Oceano
Onde ventos monstros pedras danos
Impedem-me de avançar além do sono
Das fontes ilusórias dos sentidos
Então planto um gesto inaugural
E com o som de ouro de um quintal
Menino solta barco em torrenteza
E vai de rumo incerto aonde chega
Inteiro qual um sonho de cereja
E colhe auroras como não houvesse
Dias e noites nessa travessia