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passagem

sou tão pouco

neste mar de insanos

rumo para algum porto inútil

esqueço a direção o sentido

e a solidão que me abandona


ora me divido

entre o presente

e o que resta do passado

olho o futuro: sombra


espantalhos do ser

não me deixam

o bruto coração

passarinhar


todos os dias

ao acordar

converso com a Mãe

peço a proteção do Pai

o dia se engrandece

novo nascimento


: o real é Deus


de joelhos

peço vida longa

quando findar a estadia

sem olhar para trás

não mais voltar

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