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andarilhar

todas as manhãs viajo

a lugares desconhecidos

secretamente meus

busco tesouros escondidos

não os acho

uma pepita aqui

outra ali

sei que existe o veio

cascalho novamente

passam-se dias laboriosos

pequenas faíscas acendem

um candeeiro tímido

depois apagam

céu brumoso se despe

no sono do silêncio

continuo a andarilhar

frágil passo tropeça

em estrelas dos caminhos

um velho onde a alma

desabita o corpo

e assim passam-se os dias

o Verbo expande horizontes

e a cada palavra dita nasce

outro ser dentro

lagarta em metamorfose

galga escadas estrelas

tropeçando no sono das palavras

busco diamantes

em meio a cascalhos tristes

carbonos desolados

nuvens de ilusão

na solidão sem pontes 

e lá está oculto e vivo

o que procuro

longe e perto

aqui e longínquo

atrás de todos os sonos sóis e vozes


e assim passam-se os dias

do meu andarilhar


preciso acordar sem sono

nesta honrosa hora

da minha pequena

grandeza

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