Sujemos e crisantemos
Que magnífica rima
Amada Cecília!
Na aurora do milênio
Na ausência de liberdade
Me permito
À maior de todas:
A liberdade poética
Como Huidobro
Declaro
O direito
De ver um rebanho
De ovelhas
No arco-íris
Amada Cecília
Que ninguém suje
Os teus crisantemos
Os teus pés amados
De pássaros floridos
A tua língua d’onde brotam
Crisantemos
Não sujemos!
Não sujemos
Os crisantemos
De Cecília
Sujemos os fantasmas da sombra
Sujemos os pés no barro absoluto
Sujemos o vil metal da ilusão
As muralhas do medo
Sujemos as noites pérfidas dos ditadores
A vida plástica dos seres sem coração
Sujemos as metáforas da morte
Nunca
Nunca
Os crisântemos
De Cecília
Não sujemos
Os crisantemos
De Cecília