Cinco anos em um
O que envelheci
No último inverno
Escrevo no muro:
Um menino antigo
Nasceu no futuro
O tempo foge das mãos
Entardeço sem relógios
A manhã solar
Formigas: (A manhã estrelada)
A inveja: quisera
Carregar folhas e flores
Pássaros sem medo
Estendem-me o canto
Caminho sem males
As flores — radiância
De pura existência
A urbe morre sem beleza
Nunca mais o antigo viço
– Vai, filho
Envelhecer de ternura
Atravessei o rio com a mãe nos braços
A vida ensolarada ria
No quintal que me existia
No colégio o menino borrado
A professora — bondosa — fez que não viu
O desejo de ser poeta e mestre!