Te tocarei com dedos
Que se espantam
Na imóvel voz
Onde nasce o delicado
E com sonhos silenciosos
Como estátuas
Na noite onde as águas
Se formam com o sopro
De todos os inícios
Quisera guardar na caixa
Dos avessos.
A bruteza do ríspido
Que a chuva não levou
E o sofrimento dos amantes
Que não puderam amar
Com o coração
Quisera te dar o som
E o sonho onde guardo
A mais delicada
Das origens
E dizer que o teu amor
É o lindo das paisagens
O toque de todos os amantes
Abrindo a flor
De onde o mundo nasce
E que a memória guardará
O que tudo se esquece
E teu amor renasce
Naquilo que tem ânsias
De ficar sem a vertigem dos dias
E tudo do inefável
Terá teu nome
Eu te prometo
O que do gesto o invisível
Não se diz
Mas é o que fica
No que morre
E no que nasce